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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O muro de Berlim em Odivelas.

Quando foi criado o nosso município, já lá vai muito tempo, durante os três anos de comissão instaladora, deveria ser este o momento certo para concluir a partilha total das realidades subjacentes à instalação da nova autarquia com Loures.

Mas se nada foi feito neste período, no mandato seguinte, no que se lhe sucedeu e ainda neste em curso, com representações variáveis dos três partidos representados na câmara, a indiferença persistiu, o tratado de Tordesilhas que se eterniza tinha e tem várias conveniências, umas mais confessáveis que outras. O que estava e está em causa são os serviços do SMAS, ou seja, a recolha dos lixos e o fornecimento das águas.

Poucos sabem a verdadeira razão porque continua tudo como dantes, eu sei de algumas e desconfio de outras, objectivamente, porque abordo agora publicamente este problema? Creio ter legitimidade acrescida pois considero ter tido algum papel, embora mínimo, na separação política do concelho de Loures e na criação do de Odivelas.

Outras razões de ordem egoísta são certas, por sofrer com a ruinosa situação de uma gestão no mínimo ridícula nas áreas do concelho de Odivelas onde habito.

Vejamos pois o que se passa, quando a data de uma factura dos serviços expira ao sábado seria normal que o ultimo dia para o seu pagamento passasse para a segunda-feira seguinte, mas não, nem no próprio sábado já é possível efectuar pagamento por meios informáticos, o serviço bloqueia. Razões para esta aberrante atitude gestatória? Possivelmente o valor dos juros que passam a constar na factura seguinte, mas a ser assim, para que obrigar os clientes a uma deslocação punitiva aos serviços para a sua liquidação, perdendo tempo, infligindo arrelias mais que ilegítimas que roem a saúde.

Se é de receitas que se trata, devem deixar correr o marfim, pois os juros que praticam são da ordem dos 1,5 % ao dia, a não ser que tenham incluído um taxa neste valor, uma multa, correctamente falando, mas nem para uma coisa nem outra têm legitimidade,
as doutas cabeças dão um titulo pouco descritivo de “serviços prestados/juros de mora”, como se de um empréstimo financeiro se tratasse.

O paroxismo, a sua maior intensidade, da aberrante situação gestatória dos serviços ocorre neste momento, os serviços estão em greve por cinco dias, os trabalhadores lá terão as suas razões, acresce que não temos serviço de águas por mais um rebentamento de condutas, caso que se repete com uma frequência pouco digna de uma gestão previdente.

Vamos ter um “Haiti” à porta de casa, montanhas de lixo à volta dos caixotes, e sem água nas habitações até quando? Este regabofe colonial de Loures vai durar até quando? Nem desculpas nem descontos nestes casos na factura seguinte. É obra.

Por alguma razão os idealistas da criação de um novo concelho, pela separação politica da coisa pública com Loures, para nos retirarmos das práticas distantes do poder em Loures, estão todos na clandestinidade da participação politica concelhia. Porque será?


Armando Ramalho

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