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sexta-feira, 8 de junho de 2012

Finertec. Perestrello demite-se da empresa onde Miguel Relvas era administrador

O deputado do PS Marcos Perestrello demitiu-se da administração da Finertec – a empresa de consultadoria onde Miguel Relvas esteve até chegar ao governo. O também presidente da Federação de Lisboa dos socialistas entrou para a Finertec em meados de Novembro de 2011 e saiu numa altura em que a empresa está debaixo de fogo por alegadamente ter sido investigada no âmbito da Operação Furacão.
Contactado pelo i, o deputado socialista preferiu não fazer nenhum comentário, mas o proprietário da Finertec, Braz da Silva, garante que a saída se deveu a pressões. “É tudo muito recente e foi uma decisão motivada pela pressão que se está a criar sobre a empresa”, afirmou ao i, acrescentando que “tudo o que se diz é infundado, até porque infelizmente a empresa nunca fez qualquer negócio com o Estado português”. Perestrello esteve na Finertec durante cerca de seis meses. No registo de interesses da Assembleia da República ainda aparece como administrador. A sua função, remunerada, é descrita como prestação de serviços de consultoria e participações financeiras.
É ainda possível verificar que o parecer favorável da comissão parlamentar de Ética à acumulação de funções do deputado foi dado já no início deste ano.

terça-feira, 5 de junho de 2012

O que é a Finertec e quem substituiu Miguel Relvas na empresa

Publicado no jornal da ESQUERDA NET Antes de ser ministro, Miguel Relvas era administrador da Finertec, uma SGPS pertencente ao Banco Fiduciário Internacional. Miguel Relvas foi substituído na Finertec pelo deputado Marcos Perestrello do PS. A notícia passou quase despercebida na imprensa em janeiro do ano passado: no julgamento do caso BPN, um dos investigadores explicou ao tribunal que a função do Banco Insular (criado em Cabo Verde pela SLN de Oliveira e Costa, Dias Loureiro e outras figuras do cavaquismo) era "servir os empresários angolanos que queriam meter dinheiro fora de Angola". Mas acrescentou outras ligações a bancos também registados em Cabo Verde e que serviriam de plataforma para os mesmos fins: o Banco Sul Atlântico e o Banco Fiduciário Internacional, proprietário da Finertec, a empresa onde Miguel Relvas foi administrador antes de entrar para o Governo, a par de António Nogueira Leite, nomeado por Passos Coelho para a Caixa Geral de Depósitos e que antes dirigia a sociedade gestora de mercados não regulamentados OPEX. A Finertec também é administrada pelo vice-presidente da Fundação Eduardo dos Santos, António Maurício, e mais recentemente pelo deputado socialista Marcos Perestrello, que participou nas recentes audições parlamentares sobre os serviços secretos. Tem à frente o investidor José Braz da Silva, que se candidatou no início de 2011 à presidência do Sporting com a promessa de um fundo de 50 milhões com rentabilidade de 8% ao ano, criado pela OPEX, segundo noticiou o “Diário Económico”. Disse ainda que a comissão de honra da sua candidatura integrava os ministros do Petróleo e das Relações Exteriores de Angola, o então secretário de Estado da Defesa Português, Marcos Perestrello, e o professor universitário João Duque, que Relvas depois nomeou para elaborar um relatório sobre o serviço público de televisão. Braz da Silva acabou por desistir da candidatura, alegando não querer pactuar com "o estado de guerrilha permanente" no interior do clube. A página internet do Banco Fiduciário Internacional atrai os potenciais clientes - "particulares com elevado património", empresas e entidades institucionais - a abrir contas em Cabo Verde com três argumentos: "a fiscalidade para os clientes do BFI é nula", "a violação do segredo bancário é crime" e "o sistema financeiro é moderno e competitivo". Promete ainda a "facilitação de negócios internacionais" aos seus clientes, disponibiliza cartões de crédito e garante transferências bancárias internacionais "para literalmente todo o mundo". Quem é Marcos Perestrello? Foi Adjunto do Ministro dos Assuntos Parlamentares (António Costa); Chefe de Gabinete do Secretário de Estado da Administração Interna (Luís Patrão); Vice-Presidente da Câmara Municipal de Lisboa com António Costa; Secretário de Estado da Defesa. É deputado e presidente da Federação de Lisboa do PS.