O Ministério das Finanças diz que os resultados de Janeiro a Julho não põem em causa o objectivo de 7,3% para o défice orçamental. É provável. Mas isso deve-se (apenas) ao aumento das receitas fiscais, cortesia do aumento dos impostos e do crescimento da economia acima do previsto. Moral da história: se alguém tem dúvidas de que não há Governo que ponha mão na despesa pública, pode perdê-las.
Só surpreende que, perante estes números (e os dos últimos cinco anos), haja quem dê nota positiva ao trabalho do ministro das Finanças.
Dir-me-ão que Teixeira dos Santos está limitado pelos compromissos políticos do primeiro-ministro, que frequentemente torpedeiam a sua acção. Mas, se é assim, o ministro não devia andar por aí a contar a história da carochinha (versão Ministério das Finanças), de que o défice cai por efeito da redução da
Camilo Lourenço
23 Agosto2010
Jornal de negócios on line