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sábado, 26 de março de 2011

A III carta aberta, e última, a José Sócrates, secretário-geral do Partido Socialista.

A primeira data de 2008. Era o estilo, a forma e a substância das políticas autoritárias de um regime sem sentido. Na segunda, Fevereiro de 2010, aí afirmava que a festa tinha acabado, pois concluía que não sabias fabricar dinheiro e sem ele ninguém dança. Fazia votos para que não saísses de cena fugido à justiça, mas tão só por determinação da tua consciência, como não aconteceu aos infelizes camaradas italianos de triste memória. Esta vai no sentido de alertar para evitar que não cometas suicídio político, singular e colectivo.

Não sabes ou não entendes. Vou tentar desta vez com palavras mais simples ser o mais claro possível. Na tua infância observaste que havia rapazinhos a quem a vida sorria sempre sem razão aparente, eram aqueles que partiam a velha loiça sem valor, recordação da avozinha, mãe e pai corriam em socorro tranquilizando “não faz mal, estava tão velhinha que mais tarde ou cedo tinha que acontecer”, ao contrário de outros que rapidamente encaixavam uns bons tabefes. Seguramente és dos primeiros e nunca dos segundos até aos dias de hoje.

Desta vez a história é bem diferente. A minha bola de cristal está muito límpida, como aqueles dias de primavera que se aproximam, brilhantes como diamantes perfeitos. Ganhaste as eleições internas com um desprezo olímpico pelo partido e pelos camaradas que ousaram concorrer contra ti, tão pouco por aqueles que não sabem porque em ti votam. Foi uma verdadeira inexistência a teus olhos a democracia interna do teu partido. Há quem goste ser o que não sabe o que é.

Vejo muito nítido o animal feroz que há na tua alma de político de província, já não sabes viver sem bajuladores e serviçais, são os pés descalços da vida que te encantam e alumiam a via-sacra do abismo, és um quase deus para essa corja de sem futuro. O país não é uma realidade menor, tens o hábito da impunidade, é esta que te dá a segurança dos déspotas em fim de vida.

É bom que saibas, mesmo que ganhes este lance, que foi o último, e o fim será na justa medida do logro em que colocaste o país. Será para ti o fim e, como os Távoras, clamarás inocência tão alto como o teu desespero, sem remédio possível o teu destino político será breve.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Teste. Por Teresa Vieira

Um dia agarraremos no horizonte como quem pega numa bandeira, incendiaremos o ar e o coração e fecharemos as janelas do mundo para que esta realidade não nos fuja das mãos.

E é preciso insistir, insistir para que a rosa supere a pedra.

Teresa Vieira
3.03.11

terça-feira, 1 de março de 2011

…se isto não é uma garotada o que é?

É um estranho sentimento, cada vez mais frequente, penso que os nossos políticos estão brincando como crianças, já não medem as consequências dos seus actos e seus efeitos na opinião pública, estão no perfeito estado da irresponsabilidade.

Não consigo aferir se sou eu que estou ficando muito maduro e lúcido se são eles que estão a ficar infantilizados por se terem habituado à inimputabilidade das suas condutas, possivelmente conscientes de que o país se tornou o seu jardim-de-infância, e que é um direito seu comportarem-se como tal.

Uma das bizarrias que afere este juízo é dada pela notícia dos jornais de hoje. Um senhor deputado que é nacionalmente conhecido por ter metido no seu bolso uns gravadores de um jornalista em pleno Parlamento, exercendo as funções de vice-presidente da bancada do Partido Socialista, informa o país que até estaria de acordo em votar uma alteração do prazo para a tomada de posse de novo governo, de 80 dias para 50, mas como a oposição não votou o fim do número de eleitor proposto pelo PS, não estava para aí voltado. Se é uma deliberação do grupo o assunto é muito grave, se é fruto de mais uma alienação pessoal é caricata.

Amor com amor se paga, parece dizer, mas se isto não é uma garotada o que é?

Estou possivelmente velho de mais para ver este espectáculo ridículo da política à portuguesa. Outro rumo rapidamente ou podemos ficar todos ensandecidos.