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sexta-feira, 9 de março de 2012

Resistir é difícil

Há pessoas especiais, não por terem uma característica rara mas várias, que se conjugam na perfeição ao serviço dos seus interesses, o que é natural, e por serem tão necessários à causa pública em regra são chamados aos mais altos cargos de responsabilidade colectiva, isto é, são umas vezes eleitos pela comunidade, outras nomeadas pelo poder em funções.
Vem esta entrada a propósito da nossa Presidente de Câmara. É conhecido de muitos os seus dons de trabalho, competência e dedicação com que se empenha nas suas tarefas da governação do burgo. Não sabe dizer que não a uma solicitação de conversa a bem dos destinos do nosso espaço colectivo, diz sempre: pode ser para a semana?
Azar o meu, a semana nunca fica determinada mesmo que se entenda que é a próxima.
Tenho pena que o seu tempo seja escasso para tantas solicitações, pois bem gostaria de a convencer a patrocinar uma escola de golfe para os alunos das nossa escolas do concelho, nos terrenos abandonados à sua triste sorte e sem préstimo algum do que foi em tempos o campo de futebol do Odivelas.
Seguramente que uma escola de desporto para manter a nossa juventude perto da prática saudável de desporto ao ar livre não é a primeira prioridade a que se deve acorrer mas também é bem verdade que se deve atender um pouco a todas as solicitações que vão no sentido de dar resposta ao imenso potencial humano de gente jovem que o nosso concelho comporta, e revitalizar um espaço que não deve estar condenado só ao chuto na bola em especial. É caso para se dizer: é barato e pode dar milhões de alegrias a uma juventude que merece que alguém aponte uma forma de passar os seus tempos livres, que não sejam por norma confusão, agressão e violência, como vem sendo cada dia mais comum.O golfe não é elitista como vulgarmente se pretende, mas uma escola de regras e entre ajuda. Os que fazem batota acabam jogando sozinhos.
Espero que a tal semana chegue e que algo de útil possa ser feito num espaço que não pode ser deixado ao abandono. Estamos todos saturados da inépcia dos burocratas que tudo complicam só para terem o mérito de afirmar que sem eles nada se faz.
Cara Susana Amador, quando quiser sabe onde me encontrar, e como muito bem sabe gosto e posso ajudar.
Espero que este meu processo não fique sem resposta e se por acaso já tiver algum projecto semelhante em estudo e considerar que uma boa vontade mais é necessária, é só telefonar.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Tempos absurdos

O que é um absurdo? Temos por certo que é tudo o que é contrário à razão, o que vem a despropósito, a insensatez, e mais vulgarmente o disparate. Temos tempos férteis para o absurdo, quer a nível mundial, quer nacional, ou mesmo local. Analisar as causas ou as ditas fontes de tamanha intensidade do absurdo é matéria ao alcance de todos, mas atenção, com muito jeitinho… por se correr o risco de ser mal entendido.
Como se justificam os níveis de violência raramente observados sobre a família, como o que ocorreu na pacata e tranquila cidade de Beja, ou como enquadrar o brutal assassínio de um jovem da nossa cidade e na nossa cidade? Por muito marginal que a sua existência fosse e o levasse a frequentar lugares ou pessoas pouco recomendáveis, ou que os hábitos de rebeldia tão característicos em certos meios de risco, nunca justificariam um linchamento, típico dos mais brutais bandidos mexicanos.
Um absurdo não menos violento pelas consequências de alarme social foi veículado pela nossa imprensa irresponsável, que trata a morte como mercadoria, e quanto maiores as cifras mais berraria esta lança numa população muito mal informada. Os factos são um ligeiro pico de mortes, tendo atingido as três mil almas. Explicação dos serviços: no nosso país temos do ponto de vista da estatística todos os anos um número redondo à volta dos cem mil óbitos, logo, a média está em paridade com as médias dos outros anos. Atendendo aos grandes números, afirmam as entidades responsáveis, o que ocorreu foi uma normalidade. Uma ova bem grande para os serviços que dão a informação e para os meios de comunicação que os difundem como lume em palha seca.
Outro ramo não menos digno da nossa existência nacional é a luta surda, desesperada e também absurda, pelos muitos “tachos” agregados que representam as presidências de câmara, sejam elas pequenas ou grandes. Para muita gente o facto é da maior importância, quem será o próximo candidato é a questão que vale um milhão. Há toda uma seita que só tem sobrevivência política e funcional (salário) à sombra do amiguismo, sem o qual seriam as anedotas que todos reconhecemos. O facto de existir uma lei que limitava os mandatos dos presidentes de câmara tinha um nobre objectivo: o de não permitir o desenvolvimento epidémico do caciquismo nos trezentos e oito concelhos do nosso país, com as consequências observadas, e à vista de todos, num cortejo de impunidade e corrupção que ofende até o mais simples dos cidadãos.
Questão maior que foi resolvida esta semana, no último conclave social-democrata, tendo afirmado o seu presidente e primeiro-ministro em funções “ que sim senhor, os presidentes que estejam abrangidos pela impossibilidade legal de se candidatarem no seu concelho, por terem atingido o limite de mandatos, podem escolher outro, pois não pode haver castigo para a competência”, outro absurdo, este homem que muitos consideravam um remédio não é mais que um simples malabarista da moral política.