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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

DUAS CONFRARIAS

“Homens e mulheres formam duas confrarias, armadas uma contra a outra, que se adoram, mas que se combatem”. Mantegazza

Paolo Mantegazza (Monza, 31 de Outubro de 1831 — San Terenzo, 28 de Agosto de 1910) foi um neurologista, fisiologista e antropólogo italiano, notável por ter isolado a cocaína da coca, que utilizou em experiências, investigando os seus efeitos anestésicos em humanos. Também é conhecido como escritor de ficção.(WIK)

Não há nada que resista ao tempo. Como uma grande duna que se vai formando grão a grão, o esquecimento cobre tudo. (Miguel Torga)

A memória, esta grande amiga, é selectiva e ainda bem. Como seria a vida sem o esquecimento? Muito triste, seguramente.

Esquecer não é perdoar, as mais das vezes é um arrumar quietinho para que mais dano não venha ao mundo. Vem a propósito este enquadramento pela seguramente triste guerra que se adivinha no nosso burgo, a acreditar nos rumores que se deixam ouvir aqui e ali. Não sei se as chancelarias já informaram os respectivos governos, mas que o facto é da maior relevância política no contexto das nações já ninguém duvida.

Ninguém ainda especulou quanto a economia nacional sofrerá com o conflito magno nas terras do rei feliz e regalado. Que em tempos idos (como diria o Malato da TV) já foi muito feliz em Odivelas, quando junto dos roliços panelões e panelas se perfumava de açúcares da bela marmelada, alva como os leitos das formosas donzelas que aí pululavam. É neste cenário de sonho das mil e uma noite medievo que o drama espreita matreiro o próspero torrão pátrio.

Só pode ser uma questão de Estado para mobilizar as bravas gentes contra os vis profanos que ousaram estabelecer-se como confraria nos domínios de suas senhorias investidas do poder legítimo e tutelar sobre tais questões. Viva a coragem de nobre gente que tão bravamente vaí repor a legalidade democrática. Viva a marmelada, a mui bela e furmosa alva, a quem se vai oferecer os nossos corações. Guerra ao infiéis.VIVA.

domingo, 10 de outubro de 2010

“Peço Justiça”.

“Peço Justiça”. É com esta figura que se retrata como indigno e inútil o papel dos jovens advogados em oficiosas. É uma farsa de defesa, é certo, praticada por uns, aceite e consentida, e à vista de todos. Como é possível uma sociedade que se pretende do primeiro mundo ter-se degradado a um nível tão miserável, que não respeita os mais desprotegidos da sociedade por debilidade económica e social.

O conhecimento generalizado desta situação é agravado pela indiferença do responsável em primeira linha incumbido de contrariar que tais situações se perpetuem: o Estado. Mas este age da pior forma possível, permitir que se cometa uma injustiça é um mais grave do que não fazer justiça, como ensina Cícero.

Citando-o, também afirmava - "o homem, porque é dotado de razão pela qual compreende a relação de causa e consequência e pode estabelecer analogias, ligando e associando o presente e o futuro, compreende facilmente o curso de toda a vida, fazendo os preparativos necessários para a sua conduta".

E ainda. "A grandeza de alma resulta de um espírito, pela natureza bem formado, não desejando submeter-se a ninguém, excepto àquele que estabelece as normas de conduta, ou é o mestre da verdade, ou que para o bem comum governa segundo a lei e a justiça".

É a partir destes dois elementos que se forja e se molda a honestidade.

Não há grandes mestres vivos, é certo, estão contudo perto de nós e disponíveis a ajudar, encontram-se em qualquer biblioteca, é com eles que podemos compreender o que fazer perante uma ideia pouco clara ou incompreensível, segundo a teoria do método de Descartes, devemos duvidar sempre em tais circunstâncias. Depois é só seguir o Mestre, verificar as evidências, analisar as unidades mais simples, agrupar as unidades estudadas num conjunto coerente e elaborar as conjecturas.

Assim como sábias são as suas palavras quando afirma que os homens são capazes dos maiores vícios e das mais nobres virtudes, e que aqueles que andam mais devagar podem chegar mais longe se seguirem sempre um “direito caminho” do que aqueles que correm e se desviam desse propósito.

Acredito vivamente na necessidade de mudança, prevenir e aprender com os melhores, preparar o embate do futuro, não devemos permitir que nos coloquem numa situação sem saída.

Seguramente em tal situação só nos restaria a humilhação de “pedir clemência”.

FDL
armando ramalho
Lisboa, Outubro de 2010

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Ninguém trava o Estado

Particularmente da despesa corrente (essencialmente salários e prestações sociais). Isso explica que, apesar do congelamento dos salários na Administração Pública, se assista a uma subida de 3,9% na despesa com pessoal. Por outras palavras, nenhum congelamento salarial chega para travar a despesa pública porque as actualizações, progressões e outras alcavalas fazem aumentar a massa salarial. O que, por sua vez, mostra que, face à gravidade da situação das contas públicas, o Governo devia ter optado por cortar salários na Administração Pública.

O Ministério das Finanças diz que os resultados de Janeiro a Julho não põem em causa o objectivo de 7,3% para o défice orçamental. É provável. Mas isso deve-se (apenas) ao aumento das receitas fiscais, cortesia do aumento dos impostos e do crescimento da economia acima do previsto. Moral da história: se alguém tem dúvidas de que não há Governo que ponha mão na despesa pública, pode perdê-las.

Só surpreende que, perante estes números (e os dos últimos cinco anos), haja quem dê nota positiva ao trabalho do ministro das Finanças.

Dir-me-ão que Teixeira dos Santos está limitado pelos compromissos políticos do primeiro-ministro, que frequentemente torpedeiam a sua acção. Mas, se é assim, o ministro não devia andar por aí a contar a história da carochinha (versão Ministério das Finanças), de que o défice cai por efeito da redução da

Camilo Lourenço
23 Agosto2010

Jornal de negócios on line

domingo, 8 de agosto de 2010

http://ovitelo.blogspot.com

Tomás da Anunciação
1818-1879

Tomás José da Anunciação nasceu em 1818, vindo a falecer em 1879, sendo um pintor da época do romantismo que, após tentar vários gêneros, acabou se dedicando à pintura de animais, no que mais se distinguiu, superando a muitos de seus contemporâneos.

Não sendo conhecida, em seu tempo, a arte fotográfica, era comum artistas serem contratados para reproduzir obras alheias, seja para a edição de livros, seja para a impressão de «posters» litografados que alcançavam altos preços. Foi assim que, em 1842, tendo apenas 24 anos, Tomás da Anunciação, arrumou sua primeira atividade profissional, sendo contratado por Raczynski como copista, trabalho que exerceu por algum tempo.

Em 1852, participou da 3ª Exposição Trienal da Academia Real de Belas-Artes e, na mostra seguinte, estreou com a apresentação de quadros animalistas, entre eles, O sendeiro. Todavia, sua obra prima foi O vitelo, pintada em 1871 e inscrita na Exposição de Madri, onde foi premiada com a 1ª medalha.

Os animais, que constituem o maior volume e a principal fase de toda sua obra, se acham espalhados por museus de toda Europa e nas mãos de vários colecionadores.