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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O “Cristo” deste Natal



Como é bom viver em Portugal! Tenho um clima de paraíso de fazer inveja aos radicais que “vão desta para melhor”, como diria a minha bisavó. Não tenho as centenas de virgens à minha espera neste verdadeiro éden que são os campos de golfe deste jardim à beira mar plantado, onde me deleito por encantos vários de uma natureza sem par. Também não me são devidas as virgens, que se bem julgo, devem ser da cor do mel, que só de ver se imagina a pureza. Como não fiz em bocados dezenas de vítimas sem culpa alguma, quer por estupidez humana ou crença alheia, por mim ninguém chora os seus mortos, nem uma pobre ratazana que se atravesse diante merece tal sorte.
Conheço há muito o “Cristo” deste Natal absolutamente cristão, um génio saído do nada. Eram os milagres de uma análise sem falhas, o homem sabia do que falava. Quase milagre. Uma ONU aqui bem perto e nós sem a vermos. Um filão, mas alguém lá para os lados dos “negócios estrangeiros”, com tempo e manha, considerou que era melhor proteger o “rebanho”, pois havia lobo por perto e este sabia da poda. Bem ao gosto dos vendilhões do templo, temos que fazer “justiça”, coisa rápida, um raio não era mais eficaz, tiro e queda como diria o “Zé “ da espingardaria, “caiu que nem um tordo”. Paz à sua alma.
Como sempre salvamos os Barrabás às dezenas, a saber: padres que se deitam na cama dos meninos internados “à sua guarda”, como se dizia em velho direito, os melhores banqueiros do país apanhados em fuga de capitais sonegados aos impostos, um vice-primeiro-ministro que se fazia passar por doutor com consciência de burlão, e que continua ministro, autarcas que se vão candidatar em violação de lei a quarto mandato, “vão pregar noutra freguesia”, capitalistas falidos a quem ninguém pede contas, por bênçãos várias sentem-se confortados neste paraíso na terra. Minto? Claro que não.
 JUSTIÇA, senhores justiça, temos aqui um BURLÂO que ousou enganar os pobres crentes da melhor informação toda-poderosa, ponham-se em fila para que se possam ver bem, um, dois, tantos. Quais romanos colonizadores do país das Alices, querem vingança, pois bem, vamos a contas. Este pobre que querem pregado na cruz, que fez ele? Botou conhecimento sem desmentido, por culpa vossa, césares de quarta ordem desta civilização ocidental que despreza os selvagens, mas que se comem vivos por esse mundo de além e de aquém.
Quem se arma de pretensos poderes, para que a sua ciência seja considerada, pode sempre ver-se no mato sem cão. Se em boa hora o “CRISTO DESTE NATAL” se tivesse lembrado da inspiração divina, era o bom e o bonito, quem o desmentiria? É muito fácil fazer desaparecer registos. Estas histórias são pragas, é o que mais há por aí: a dos submarinos ainda são “dores tamanhas”, e não só, a vida das pessoas também, preso há dez anos? É só rir. Devo tê-lo vistos por aí nas precárias, seguramente.
E que tal uma indemnizaçãozinha por ofensa ao bom nome? Força na peça MEU CARO, o mais certo é serem os africamos ou os chineses, futuros donos desta choldra a pagarem a fatura.

Lisboa 24 de Dezembro de 2012

Armando Ramalho

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