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domingo, 2 de janeiro de 2011

A minha mensagem de ano novo.

O ano 2011 já cá está.
É o primeiro domingo.
Chegou como se anunciasse a vinda de um Dom Sebastião. Num feio e triste dia de nevoeiro que cobre esta nossa Lisboa e arredores. Nem tudo o que começa mal deve acabar mal. O sol teima em romper, são as forças do tempo em harmonia com os seus ciclos, o abraço do quente e radioso memo que fugaz é mais sentido com mau tempo.
As crenças velhas pouco acrescentam, são poucos os que guardam as memórias colectivas e seus significados. O saber de séculos perde com a existência moderna dos segundos em que se volatilizam as vidas sem sentido.
Meia culpa de um passado que pariu tamanho presente, os jornalistas confessam esgotados os mandarins de serviço por desinteressantes, culpam-se sem remorso de não haver renovação, almas novas e lavadas, que os próprios castram sem vergonha, por dar trabalho e risco profissional.
Pouco há a acrescentar sobre as nuvens negras que pairam sobre as nossas vidas, cada um com as suas angústias, o seu passado, o seu orçamento, terá seguramente o seu futuro com mais ou menos acerto, o conformismo é geral “o que for se verá”. É o credo.
São os pequenos mundos e a sua própria natureza que, somados, formam o destino colectivo que todos querem feliz e sem mágoa, mas raros são os que querem contribuir.
Janeiro é mês “longo” para quem tem carteira “curta”, é estranho que só se vislumbre receios, parece que as chagas da alma têm vergonha do futuro, é um sentir desnecessário, desconfortável, pegajoso.
Seria uma bênção acreditar num Sebastião qualquer, ricos são os que constroem mesmo que só miragens, ser meio louco dá jeito nas calmarias tenebrosas, dá para não definhar sem solução, estiolar sem calor, caminhar nas trevas da desesperança, extinguir-se sem vil tristeza, lutando caminhando e nunca parando.
Se ainda vai haver um imenso Portugal como prometido na canção?
Duvido.
De épico só a grandeza do roubo, somos um imenso BPN.
Bom ano para todos.

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