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domingo, 13 de outubro de 2013

O dia da Peste Negra para o sistema Político Nacional



Vamos admitir que o resultado das eleições autárquicas de Setembro 2013 davam ao PS de António José Seguro todas as câmaras emblemáticas do país, incluindo o Porto e Coimbra, com votos a rondar os 2,2 milhões. Valores só possíveis se a abstenção se mantiver nos habituais 40% e os funcionários públicos e desempregados terem dado o seu voto de protesto ao PS.

Seria uma grande festa para os lados do Rato em Lisboa? Possivelmente o seu discurso de vitória seria pedir aos militantes em delírio “calma”, “muita calma”, afirmaria nas TVs que o governo tinha uma “derrota expressiva” das suas políticas, e que o povo tinha dado ao Partido Socialista “uma responsabilidade acrescida” para pedir eleições legislativas antecipadas, teria toda a legitimidade do mundo para tal.

Só que não lhe desejo tal sorte. Seria a peste negra para o PS, uma herança com a qual ele não saberia o que fazer, uma desgraça para si e para o país, pois a esperança dos dois milhões de desesperados morria logo ali, dado que, como todos sabemos, o pobre não sabe nada ou quase, não lhe é reconhecida competência alguma em manobras de alto gabarito, pelo que se tem visto é somente um esforçado militante em volta nacional, como faria um viajante comercial de doutros tempos, que não estes da Net e TV Satélite.

Vejamos: não tem ambição nem mau feitio, não tem ponta de Alberto João nem dedo de Pinto da Costa, é só um bom rapaz ao que dizem, mas isso não chega para descalçar o par de botas em que estamos todos metidos. Pelo que sei acredita no que ouviu dizer a François Holande “que o simpático ganha sempre no fim”, beija e abraça como ninguém, mas não chega para ser PM. Mário Soares já não o cauciona, bem pelo contrario, diz que “está mal”.

A peste negra para todo o sistema político é em primeiro lugar a abstenção, se passar dos fatídicos 50%, bem longe dos “normais” 40%, mas pode ser ainda mais negro se os valores da dita ficarem perto dos 60%, o que não é de todo irrealista como pode parecer. Estes valores permitem uma serie de ponderações conjugadas com os valores dos dois maiores partidos, os outros quadros possíveis não são do âmbito governativo, e como tal, não são considerados.

Um subida de 10% na abstenção são menos 600/700 mil eleitores e, caso dobre, 20% correspondem a uns “magníficos” 1,5 milhões a virar as costas à democracia representada por estes partidos, ditos do “arco da governação”. Qual o reflexo nos valores absolutos e percentagens em tais hipóteses?

O PS não espera menos de 1,5 milhões, os mínimos de Sócrates em 2011, mais os votos de protesto das “sacanices” do PSD, que podem bem ser da ordem dos 600/700 mil, os mesmos que podem ir para a abstenção, o que lhes daria a tal “taluda” dos 2,1/2,2 milhões de votos. Teríamos um final feliz ou quase. As más línguas seriam postas a recato e o drama começaria dentro de minutos.

Em tal cenário o PSD andaria pelas franjas do 1,3/1,6, os resultados naturais na era de Sócrates, antes deste ser despedido nas últimas legislativas por mau carácter e já poucos terem paciência para tanta imposturice.

O mais saudável para todos os portugueses é que o voto do próximo domingo represente, com a maior clareza possível, a realidade e que os actores em cena tenham um sério aviso de que os seus partidos, e eles próprios, também têm muito a perder, não são só o sistema político e os honrados cidadãos as únicas vitimas das suas graves irresponsabilidades na governação do país.

Veremos.

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