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domingo, 8 de abril de 2012

“Complexo” Desportivo de Odivelas.

Vamos fazer votos de que este assunto não vire lenda, é assim que brasileiro vê tudo o que não encontra solução em devido tempo. A insolvência do clube transformou-se em novela jurídica. Parecia que o tribunal tinha colocado um ponto final no assunto ao entregar à tutela da autarquia os terrenos e os bens aí implantados. Num dos últimos textos que publiquei (ver) “resistir é difícil” declarei que estava interessado em ver uma solução para a “coisa”. Assim sendo, foi à câmara que indaguei sobre o destino concreto do dito “complexo desportivo”, ou que ideias estavam em análise. Tudo em que os políticos/burocratas tocam “vira” (mais brasuca) em estudo e pareceres, é como as pratas da casa, todas devem ter uma história agarrada à sua existência. Nesta véspera de domingo de Páscoa, passeando no aprazível varandim do polidesportivo que quer rivalizar em clausura com o Mosteiro cá da terra, triste vizinho do semi-abandonado “complexo desportivo”, dou de caras com um das velhas glórias do Odivelas. Estávamos ambos sonhando acordados sobre as possibilidades da “coisa” voltar ao serviço das gentes do concelho.
Foi nesse momento que me lembrei do mito de Giges que em tempos estudei na República de Platão, o livro que ensina tudo sobre os homens que querem o poder e as formas que imaginam para o obter e manter. A lenda diz mais ou menos: o que acontece a um pastor (um pobre de Cristo como sempre) que encontra um anel e descobre que, ao roda-lo de certa forma, se torna invisível.
Foi rápido a matar o verdadeiro rei e tomar-lhe o poder e a mulher deste só para si. Como era invisível tudo ouvia de seus inimigos e num golpe de antecipação limpava o caminho de uma governação sem oposição. O medo dos seus concidadãos de serem mortos ou de não terem as benesses do rei, permitiu-lhe morrer de velho, seguramente triste e anafado como todos os déspotas. A conclusão é minha e não de Platão, como é evidente este só trata do tema do que faríamos se não fossemos vistos nem punidos pelas nossas acções.
Eu já estou a pagar por ter deixado andar os “Giges” cá do sitio à solta tempo de mais.
E você? (mais uma de brasuca).

Odivelas 7 de Abril de 2012

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