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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O País dos Portugueses

Uma das cinco torres do Aleixo, um dos bairros mais degradantes e degradados da cidade do Porto, foi demolida hoje, por implosão, a meio do mês de Dezembro de 2011.
A informação nacional, em especial a televisiva, tinha pano para mangas e não perdeu a oportunidade de revelar as pessoas, a gente real que ali viveu, em complemento do espectáculo de pirotecnia. Queriam drama humano, inventaram vários sem consistência alguma. Não esquecendo os que ainda vivem nas restantes torres, que aguardam a sua vez de serem transformadas em entulho sem préstimo. Quanto mais o aspecto destes se assemelhava à de um grunho, mais tempo de antena lhe era dado, e quanto maior o disparate que emitia, que em regra nem vestígios de gritos de alma eram, idem.
A analogia do estado da nação com as torres do Porto é legítima, dado que o país também se encontra em condições mais que favoráveis de ser implodido.
Os grunhos políticos de serviço não são em nada distintos das pobres e miseráveis gentes do Aleixo, só exibem mais dentes e melhor arranjo exterior, considerando que ambos governam as suas vidas na marginalidade da lei, se não mesmo fora desta.
Grandes males grandes remédios, como para as torres, para Portugal é recomendável uma limpeza radical, mudar de ares, limpar a paisagem de gente que vive em condições infra-humanas na raia da indecência civilizacional.
No “nixo de mercado” que os escraviza no vício, condenam as gerações mais novas a um triste e vil destino, sem esperança e de horizontes que não vão além da ressaca a que ciclicamente regressam.

Algo de novo está iminente: para as torres já sabemos o que as espera, para o país veremos qual o seu destino. Deverá ser tão radical como o previsto para o Aleixo?

2 comentários:

  1. Como sempre, uma visão realista, imparcial, verdadeira. Pouco lisongeira para os caracteres fracos, oportunistas, seguidores por uma côdea que lhe atiram... Ir atrás é sempre mais fácil e menos questionável..., não é preciso justificar...então metem-se ao carreiro...
    Sente-se que algo está iminente...sente quem pensa, observa, questiona. Verdades ditas? Só os que detestam a hipocrisia e não precisam de estender a mão, mas esses, são cada vez menos. Sabemos donde vimos, mas não sabemos para onde vamos...tudo é possível... e incerto.

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  2. Cara amiga, de uma forma ou de outra a nossa geração tem o dever de intervir. Os tontos inocentes vão pedir um destino, os outros terão um fim triste, não terão perdão de tanta miséria.

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