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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Ninguém trava o Estado

Particularmente da despesa corrente (essencialmente salários e prestações sociais). Isso explica que, apesar do congelamento dos salários na Administração Pública, se assista a uma subida de 3,9% na despesa com pessoal. Por outras palavras, nenhum congelamento salarial chega para travar a despesa pública porque as actualizações, progressões e outras alcavalas fazem aumentar a massa salarial. O que, por sua vez, mostra que, face à gravidade da situação das contas públicas, o Governo devia ter optado por cortar salários na Administração Pública.

O Ministério das Finanças diz que os resultados de Janeiro a Julho não põem em causa o objectivo de 7,3% para o défice orçamental. É provável. Mas isso deve-se (apenas) ao aumento das receitas fiscais, cortesia do aumento dos impostos e do crescimento da economia acima do previsto. Moral da história: se alguém tem dúvidas de que não há Governo que ponha mão na despesa pública, pode perdê-las.

Só surpreende que, perante estes números (e os dos últimos cinco anos), haja quem dê nota positiva ao trabalho do ministro das Finanças.

Dir-me-ão que Teixeira dos Santos está limitado pelos compromissos políticos do primeiro-ministro, que frequentemente torpedeiam a sua acção. Mas, se é assim, o ministro não devia andar por aí a contar a história da carochinha (versão Ministério das Finanças), de que o défice cai por efeito da redução da

Camilo Lourenço
23 Agosto2010

Jornal de negócios on line

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