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sábado, 30 de julho de 2011

Política ao pé da porta

Escrever em blogues abertos à participação geral tem as suas responsabilidades. O nosso amigo João Viegas perguntava: “como se faz política sem partidos?”, longe de considerar uma afirmação sem sentido, é por tal razão que volto ao tema.

Sem pretensões académicas, que não seriam de todo desajustadas dado que tenho habilitação de ensino, considerando os meus graus académicos na matéria, que não são produto de uma imaginação em delírio, mas fruto de longo trabalho de estudo acompanhado por professores do mais elevado gabarito universitário.

Seria muito fácil remeter o meu caro amigo para uma simples consulta na net para se fazer uma ideia de política e partidos, para se retirar uma elação óbvia de que ambas se passam bem uma sem a existência da outra.

Política hoje é uma ciência, dado que se elaboraram muitas teorias sobre a mesma, quer quanto à sua dimensão mais corrente, quer quanto à mais elaborada teoria do fim da história. Mais ao nível do dia a dia, temos que política não é, de forma alguma, uma discussão de vizinhos, mas já se aproxima, se o interesse em causa envolver uma comunidade e o objecto requerer o consentimento de uma maioria com poderes de vincular os que votaram contra o interesse geral.

É esta uma dimensão da política sem partidos, é a dimensão de uma democracia directa. Quanto a partidos sem política é muito mais óbvio, temos grupos de pessoas cujo interesse é comum, por exemplo, uns querem os caixotes do lixo colocados em determinado local e outro grupo pretende justamente o local que os outros recusam por não o quererem à sua porta. Desta situação temos partidários de uma solução e do seu contrário, só falta os poderes instituídos decidirem segundo os seus próprios interesses.

Aqui temos política no seu melhor, mas mesmo assim sem partidos, são só interesses egoístas. É legítimo que cada um trate da "vidinha" da melhor forma que lhe for possível, ou dito de outro modo, que cada um cuide de si, é a lei da selva ou a do mais forte.

Como diria Sócrates, o grego, tento que se compreenda o simples para elaborarmos os sistemas mais complexos, quem não entende a cidade jamais elabora a nação.

5 comentários:

  1. Estive a aguardar que alguém comentasse este assunto, para não lhe retirar a importância que tem, desviando a atençao de quem comenta comentários e se esquece da questão de fundo que se trata.
    Apesar de eu não querer fazer política partidária, considero fundamental a existência de partidos, mas é indispensável que a maioria dos militantes seja gente com ética, com nobres ideais e que lute por nobres causas.Só assim é que são partidos e não bandos dominados por interesses pessoais.

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  2. Cara Prof Maria Máxima Vaz,

    a luta com o outro é típica deste mundo dos blogues, e do processo da extrema individualização que reina na vida social.

    Os seus contributos são importantes para muita gente e para mim em especial são uma referencia de excelência.

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  3. Eu já tenho direito à aposentação. Na idade do activo, nunca fugi à luta. Agora manifesto a minha opinião mas não quero lutar com ninguém. As minhas lutas foram sempre por causas da sociedade, nunca por interesses privados. O que eu não admito é ser julgada por quem não me conhece ou não compreende o que digo, porque eu também não julgo quem não conheço ou não entendo. Respeito. Quero o mesmo. É justo.
    Condenarei sempre a injustiça, a desonestidade, a mentira, a hipocrisia, o oportunismo e as aproximações disto. Louvarei o oposto.

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  4. Quando refiro aqui "luta" é, como bem sabe, em sentido figurado, não creio que exista idade de reforma para reafirmar as boas práticas cívicas que como refere sempre a nortearam.

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  5. Armando,não estou a pensar em quem é por natureza capaz de debater ideias sem fazer agressões nem desvalorizar o pensamento de quem pensa doutra forma. O meu comentário não visa ninguém em concreto, mas só pretendo informar a quem venha disposto a travar batalhas que vem na direcção errada e que não é por não querer pensar....como bem sabe.

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