Tempo
incerto neste meio de janeiro, quase chuva, ajuda a sentimentos de desconforto.
Ontem via TV o Freitas encomendou a lápide do Primeiro, dando-lhe um título em
concordância geral, “ O homem não tem ponta de saber ou jeito político”. Mário
Soares tinha visto outra coisa (mas já confessou arrependimento). Sobre o
adjunto Relvas disse o que não se diz do rafeiro do vizinho, “cheira mal este
tipo ainda estar no Governo”. Faltou coragem para chamar louco ao número dois,
o das finanças, mas andou lá perto. Lisboa está a arder? Ainda não, mas para lá
caminha. O Freitas acredita, e eu também, que o tipo além de louco não gosta do
país nem das pessoas, quer que elas sofram dos males próprios e alheios, e que
paguem todos pela medida mais grossa possível. É uma convicção ajuizada de um
homem em plena forma política. Pobre do Freitas se o ministro Gaspar o convoca
para reformador do estado em que isto vai seguramente ficar. Será que o país já
ardeu e nós não sabemos? É muito possível, mas faltam as provas, onde estão as
cinzas? Gaspar garante que todos vão ter direito às suas cinzas e às alheias na
justa medida da distribuição do PIB negativo que todos devemos. Lisboa não vai
arder para já, afirma Vítor Bento, o sábio adjunto do Cavaco, mais conhecido
por só dizer o óbvio. Os portugueses não podem arder pois não têm consciência
de que podem arder mesmo. A consciência da crise? Como é possível esta gente
ainda não se ter dado conta? Um país de gente sem tino que não sabe o dinheiro
que não tem? É bem possível, eu também não me apercebo que me falta dinheiro,
não tenho consciência, é isso. Estou muito mais descansado, vou esperar até ela
aparecer, a consciência claro.
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