Como é bom viver em Portugal! Tenho
um clima de paraíso de fazer inveja aos radicais que “vão desta para melhor”,
como diria a minha bisavó. Não tenho as centenas de virgens à minha espera
neste verdadeiro éden que são os campos de golfe deste jardim à beira mar
plantado, onde me deleito por encantos vários de uma natureza sem par. Também
não me são devidas as virgens, que se bem julgo, devem ser da cor do mel, que
só de ver se imagina a pureza. Como não fiz em bocados dezenas de vítimas sem
culpa alguma, quer por estupidez humana ou crença alheia, por mim ninguém chora
os seus mortos, nem uma pobre ratazana que se atravesse diante merece tal
sorte.
Conheço há muito o “Cristo” deste
Natal absolutamente cristão, um génio saído do nada. Eram os milagres de uma
análise sem falhas, o homem sabia do que falava. Quase milagre. Uma ONU aqui
bem perto e nós sem a vermos. Um filão, mas alguém lá para os lados dos
“negócios estrangeiros”, com tempo e manha, considerou que era melhor proteger
o “rebanho”, pois havia lobo por perto e este sabia da poda. Bem ao gosto dos
vendilhões do templo, temos que fazer “justiça”, coisa rápida, um raio não era
mais eficaz, tiro e queda como diria o “Zé “ da espingardaria, “caiu que nem um
tordo”. Paz à sua alma.
Como sempre salvamos os Barrabás
às dezenas, a saber: padres que se deitam na cama dos meninos internados “à sua
guarda”, como se dizia em velho direito, os melhores banqueiros do país
apanhados em fuga de capitais sonegados aos impostos, um vice-primeiro-ministro
que se fazia passar por doutor com consciência de burlão, e que continua
ministro, autarcas que se vão candidatar em violação de lei a quarto mandato, “vão
pregar noutra freguesia”, capitalistas falidos a quem ninguém pede contas, por
bênçãos várias sentem-se confortados neste paraíso na terra. Minto? Claro que
não.
JUSTIÇA, senhores justiça, temos aqui um
BURLÂO que ousou enganar os pobres crentes da melhor informação toda-poderosa,
ponham-se em fila para que se possam ver bem, um, dois, tantos. Quais romanos
colonizadores do país das Alices, querem vingança, pois bem, vamos a contas.
Este pobre que querem pregado na cruz, que fez ele? Botou conhecimento sem
desmentido, por culpa vossa, césares de quarta ordem desta civilização
ocidental que despreza os selvagens, mas que se comem vivos por esse mundo de
além e de aquém.
Quem se arma de pretensos poderes,
para que a sua ciência seja considerada, pode sempre ver-se no mato sem cão. Se
em boa hora o “CRISTO DESTE NATAL” se tivesse lembrado da inspiração divina,
era o bom e o bonito, quem o desmentiria? É muito fácil fazer desaparecer
registos. Estas histórias são pragas, é o que mais há por aí: a dos submarinos
ainda são “dores tamanhas”, e não só, a vida das pessoas também, preso há dez anos?
É só rir. Devo tê-lo vistos por aí nas precárias, seguramente.
E que tal uma
indemnizaçãozinha por ofensa ao bom nome? Força na peça MEU CARO, o mais certo
é serem os africamos ou os chineses, futuros donos desta choldra a pagarem a fatura.
Lisboa 24 de Dezembro de 2012
Armando Ramalho
Sem comentários:
Enviar um comentário